As vezes ela se esqueceu em frente do televisão e andou na direcção da piscina. Quando ela não estava, se sentiu o sabor de pepinos, sem sal. Quando ela ficou em frente do televisão, assistindo os jogos de produtores de televisão, comeu pepinos com limão.
Ela queria nadar numa piscina cheia de pepinos e pimentos. Ela gostava de coisas picante. Tinha quemado sua lingua tantas vezes na cafézinho da manhã que não sentiu nada mais que um cherio de picante agora. Ela gostava de cheiros.
Ela adorava o cheiro de plástico velho. Sua sofá era de plástico velho. Sentada em frente da televisão, cheriou o plástico e se sentiu completa.
Ela odeia estar molhada. Gostava de nadar na piscina. Não gostava do momento de mudança entre seca e molhada. O anterior e o posterior colocado tão vividos na memória do pele lhe deixava com nojo. Era, sempre, um nojo de ser viva, de ser um sere que tem memórias.
A memória de um peixe-dourado só dura três segundos. (Os cientistas lembram tudo.)
Ela nadava como um peixe sem aletas. Quando ela nadava, usava um maiô velho. Era azul como azuleiros. Frágil como um azuleiro também. Não o usava em frente do televisão; tinha medo que os diretores de shows de realidade lhe espiariam e ficariam ahorrizados. Ela não entendia que os lentes das máquinas só tem um lado.
Peixes-dourados tem duas lentes, um para cada olho.
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we were moving. it was a group effort. we had rented one of those big 18 wheeler trucks and used it to port everyone's things around. ev...
Olá Lisa, como está?
ReplyDeleteLi seu Blog e gostei muito. Este texto, é como poesia em prosa, vai se moldando a um estado de vigilia, de sonho. Sabe, gostei muito também do texto abaixo, da garota de seis pés e suas polegadas de altura, da gorata que esquecia. Às vezes também eu só quero esquecer. Esquecerde muitas coisas, mas não posso... vc tem que esquecer que tem que esquecer... só assim... Bem, eu queria conversar com vc sobre este texto, coisas sobre escrita, estilo... o que acha de lermos juntos.
Bem, aqui o México segue incrível... que país interessante.
Um abraço
Rodrigo